Campanha brasileira incentiva mulheres a atuarem no setor solar e ganha divulgação internacional
Entra ano e sai ano e os pensamentos vão mudando e se moldando aos poucos, estudar e trabalhar na área de engenharia vem sendo cada vez mais desejado, e o sonho de muitos desses jovens brasileiros pelos quais almejam uma profissão lucrativa e de apelo sustentável é atuar no setor solar, apesar ainda de ser um trabalho pouco imaginado e desejado entre atuais e futuras mulheres do país. A engenharia em si ainda é vista como um ambiente predominantemente masculino.
Fonte: Cesár Engenharia.
Segundo o último estudo da Greener sobre geração distribuída nos diz que no segundo semestre de 2022 a participação feminina nas empresas integradoras foi entre 16% e 21% do total de colaboradores. Boa parte dessas trabalhadoras ocupam cargos administrativos, enquanto apenas 15% delas ocupam cargos em áreas técnicas, como projetos e instalações de sistemas.
Para mudar essa desigualdade de gênero que é vista por todo o setor energético, a Rede de Mulheres na Energia Solar (Rede MESol) teve a ideia de produzir um vídeo pelo qual visa apoiar, inspirar e conectar mais mulheres brasileiras a participarem nesse processo de diversificação e transição energética.
Essa ideia que foi criada com o Ministério de Minas e Energia (MME) juntamente com o Ministério da Educação (MEC), teve o apoio da Cooperação Brasil-Alemanha. No início de maio ganhou uma grande divulgação internacional quando saiu na revista americana Nature.
O intuito do vídeo era fazer uma entrevista com estudantes que estavam no ensino médio, e que consequentemente falariam sobre seus planos de carreira e seu grau de conhecimento perante profissões renováveis, para que após isso mostrassem casos reais de jovens que estudam e mulheres que trabalham com a energia solar fotovoltaica no Brasil.
“A ideia é mostrar para meninas mais novas como o setor tem mulheres, como que é possível as mulheres entrarem é um setor que a gente pode ser valorizada ali dentro, e tentar incentivar elas a se verem naquele local, elas se enxergarem” afirma Aline Kirsten, engenheira eletricista e pesquisadora do Laboratório Fotovoltaica da Universidade Federal de Santa Catarina.
A campanha que tem como um dos objetivos contribuir para a igualdade de gênero, também tem a função de atrair mais trabalhadores para um setor em forte expansão no Brasil.
Desde 2012, a tecnologia já criou mais de 264 mil vagas de emprego em todo o Brasil segundo dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Podemos falar que mesmo com a crise que foi provocada pela pandemia em 2020, a energia solar cresceu e gerou empregos para mais de 200 trabalhadores por dia no país.
Esse crescimento está longe de acabar, segundo a ABSOLAR terá 147 mil vagas de empregos somente para esse ano. E assim crescem também as ofertas de cursos em energia fotovoltaica, que é um passo inicial “obrigatório” para homens e mulheres que desejam estar no caminho de uma atuação no mercado.